Os cangaceiros de Paulo Afonso é um grupo cultural que existe há mais de 50 anos na cidade.Levando muita cultura e história ao conhecimento das pessoas,Os Cangaceiros travam batalhas com as volantes que vivem ao encalce de lampião e seus cangaceiros. A história de Virgulino Ferreira é contada pelo grupo de forma concreta e extrovertida. ASSOCIAÇÃO: RUA GENERAL DUTRA,N°528 CENTRO PAULO AFONSO-BA
sábado, 19 de janeiro de 2013
Neco de Pautília
Manoel Cavalcante de Souza, ou simplesmente Neco de Pautília, foi um ex-integrante das forças policiais do estado da Bahia que perseguiu Lampião incessantemente por vários anos, embora Seu Neco não tenha permanecido durante muito tempo na empreitada contra o cangaceirismo. Neco pertencia as volantes nazarenas, cuja fama espalhava-se pelo sertão de serem os mais carrascos na perseguição aos cangaceiros.
Neco relembra os fatos vivenciados por ele durante sua passagem na volante com bastante lucidez, embora haja alguns pouquíssimos momentos de esquecimento propíceos de seus longíquos 100 anos de vida completados em 21 de dezembro de 2012.
A especulação de que Neco teria sido o autor do disparo em que findou a vida do cangaceiro Pó Corante caiu por terra. Segundo o próprio, no dia em que Lampião apareceu no lugarejo onde situava-se sua barbearia, Neco ao ver os cangaceiros aproximar-se alertou imediatamente seu amigo Júlio Barbeiro que encontrava-se também na companhia de Neco no interior do estabelecimento. Ao ser alertado sobre a presença dos cangaceiros, Júlio Barbeiro rapidamente armou-se com um velho fuzil que o mesmo tinha guardado em local estratégico do estabelecimento em caso de extrema necessidade. Nesse exato momento Neco não pensou duas vezes, saiu correndo desesperadamente enquanto seu companheiro Júlio Barbeiro continuava dentro do recinto com arma já em punho. Nessas circunstâncias o lugarejo todo já estava em total pavor. Correria pra todos os lados e gritos pra todos os cantos. Numa dessas pessoas que corriam temendo alguma coisa de ruim que os cangaceiros lhes pudessem fazer estava uma mulher esposa de um soldado. Lampião ao vê-la, correu atrás dela conseguindo alcança-la poucos metros adiante. Ele segurou-lhe pelo braço e disse: "EU NUM JÁ DISSE QUI NUM VÔ FAZER NADA CUM VÔCEIS?!" E logo em seguida soltou-a sem fazer-lhe mal algum. De repente ouviu-se um único disparo. Logo em seguida constatou-se um cangaceiro caído já sem vida. Ninguém viu de onde tinha vindo aquele repentino disparo. Os demais cangaceiros procuravam alguma movimentação suspeita mas nada foi detectado. A essas alturas Neco já estava em local seguro longe do alcance dos cangaceiros. E para não sair com mais alguma outra vítima, Lampião decide retirar-se da localidade sem saber de onde tinha vindo aquele fatídico disparo que acabou fuminando o cangaceiro Pó Corante.
Embora haja a suspeita entre Neco de Pautília e Júlio Barbeiro sobre a autoria do disparo, ao relatar-me o acontecimento daquele dia, Neco ainda ressaltou de forma convincente que naquele dia se quer tinha pego em qualquer tipo de armamento, a única arma que tinha segurado naquele dia foi uma navalha, somente.
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